Nunca quis que terminasse desse jeito. Sem olhar nos meus
olhos, me dizendo toda a verdade. Na verdade, nunca quis que terminasse. O pra
sempre se foi, tão distante de mim, que nem ao menos sei quem eu sou. Quem eu
sou? Uma pequena sonhadora? Uma pequena princesa? Uma pequena amante de livros
e animais? Sou uma pequena. Pequena tudo. Não quis dizer adeus. Não queria que
tudo fosse desse jeito, terminando em lágrimas e mais lágrimas. Queria ver um
sorriso seu, sentir um abraço seu pela última vez. Talvez não seja uma boa hora
para me expressar, mas, se não uma caneta e um papel, com quem eu posso contar?
Talvez com uma, duas, ou três pessoas... E mesmo assim, elas não entenderiam.
Diriam que eu estou louca, que eu não preciso de sentimentos. E se eu não houver
a felicidade? Como eu vou sorrir? E se eu não tiver o ódio? Como eu vou
aprender a diferenciar os bons dos maus? E se eu não tiver sentimentos? O que
será de mim? Serei mais uma louca, nesse mundo de loucos. Onde uma mínima
expressão não vale um pingo de água sobre uma boca seca.
Suas palavras doeram, machucaram, feriram. Mas eu
necessitava da verdade. Não que fosse bom, mas eu odeio a mentira. E o que
seria a mentira? Um sentimento. E o que significa o sentimento da mentira? Não
somos capazes de falar a verdade, omitimos algo para não machucar alguém.
Caneta e papel sob minhas mãos, e é assim que eu
desabafo. A verdade sobre os papeis que um dia irão de se queimar, bolourar,
estragar, e vão ser jogados fora. Nada tem sentido. Para pra pensar, nada fez sentido
nessa vida. E pra que viver? Viver sem você? Pra quê? Eu sei que só vou sofrer.
Eu sei que você não ligará para meras palavras que saem de uma ponta de caneta,
por uma menina que escreve, mesmo sem saber o que. Será que eu vou enlouquecer?
Será que eu vou achar alguém nessa vida melhor que você? Será que eu consigo
ficar sem seus carinhos, beijos, abraços, cafunés, ou até mesmo sem seus
palavrões? Será mesmo que eu fico sem você?
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