Cemitério de Perdões


 Poderia estar falando, de verdade, com minhas palavras embaralhadas mas sinceras... porquê será que só posso escrever? Minha vida está limitada a um teclado e redes sociais cheias de pessoas falsas, e eu guardei, momentos idiotas e estúpidos de minha parte, que relembro toda a noite antes de dormir, é a dor... é a vida. Uma vez eu olhei dentro dos olhos de uma pessoa, era como se não houvessem barreiras para a infinidade de sonhos que ele guardava lá dentro, no lugar aonde as pessoas chamam de alma, é assim que se percebe que contar histórias não é o suficiente, não há como imaginar como será a história, e guardamos muitas, com uma voz distorcida e uma vista melancólica, aonde as pessoas choram e você não faz ideia do porquê... as lágrimas nada mais são do que repulsa, sentimento escondido.


 Pois ninguém sabe o que escondemos em nosso porão, e é daí que se forma a dor, que é mais intensa do que a vontade de senti-la, e eu busquei em meu cemitério de perdões, aonde será que enterrei minhas lembranças? Queria saber se cada lápide, destas milhares que tenho guardado em meu cemitério, aonde escondi meus anos reais... o que penso ser não é o que realmente sou, meu propósito não foi e talvez nunca será cumprido, talvez... talvez... talvez, todos os meus "talvezes" são certos, mais certos do que a questão que cada um guarda, pois os pesares da vida, está no peso em que guardamos tais em nosso coração.


 E choramos, escondemos nosso coração em um lugar aonde não podemos alcançar, na lápide em que esquecemos da existência, e assim apagamos uma história da memória, e ela é tão triste quanto o amor... quanto a vontade de querer mostrar quem realmente é, tenho medo de quem eu sou, já chorei por isso, aliás, já chorei por várias coisas nesses últimos anos, pois foi quando deixei de sorrir e brincar como criança, me esqueci da época que chorava apenas por levar uma surra, hoje levo uma grande surra da vida, que insiste em fazer com que o destino me deixe cada vez mais só, pensando em me afastar de coisas que talvez não deveria deixar para trás, hoje passo pela vida imóvel, pois desta vez, estou me afastando cada vez mais da luz que me cega e me impede de enxergar a realidade por trás do conto de fadas que um dia fora criado para mim... sinto saudade de quando minha única dor era por não ganhar o brinquedo que queria... porquê é que o céu é azul?


 Ao som de:

Vida - Visconde
Orgulho - Fresno
Velhas Novidades - Abril
Escuridão - Fresno

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