Aquilo Que a Gente Busca e Nunca Encontra


  É só mais um dia, mais um alguém... mais uma volta pela cidade. E tudo o que vejo é quanto tempo perco, o quanto perco. Todas as vezes em que eu olhei no fundo dos teus olhos, sem ao menos decorar a porra da cor deles, apenas pensando se lhe beijaria ou não. Eu deveria lhe dizer coisas bonitas? Ou ser sincero, como sempre? O fato é que eu posso ser o que quiser, posso ser triste, posso fingir a vontade, eu não sou uma merda de cachorrinho, que te espera na porta da sala, como se isso fosse significar algo, algo além dessa maldita dor que as pessoas nos causam. 

  É só mais um cigarro, mais um efeito passageiro e inoportuno, eu faço o que quiser, paro quando quiser... e se eu não quiser? Eu não preciso impressionar ninguém, não preciso me arrumar pra ninguém, só preciso pensar que estou sendo eu mesmo, sem ao menos saber quem eu sou. Está vendo esse amor? Esse mesmo, que todos os adolescentes alienados à filmes românticos buscam, essa moralidade falsa vendida à curto prazo, que a gente aceita com um sorriso... pensando que é para sempre. Até você morrer, estando vivo. E é aí que a vida faz sentido... os porres, as noitadas, os fervos, as brigas, as garotas, o sexo... tudo isso faz sentido. A atração é maior do que o amor!

  Escolha o que é recíproco, o que não te magoa, o que não é feito... nós não dependemos de frases feitas para viver a vida! Podemos ser a merda que queremos ser, não para alguém, e sim para nós mesmos. Podemos voltar no tempo, regar nossa vida à álcool e sexo. Como se o mundo não fizesse sentido, e ele realmente não fará, assim que tu acordar e perceber que esse mundo não é nosso, nunca foi e nunca será. A gente que se estraga, a gente que estraga tudo... os relacionamentos que temos, os pensamentos corretos, sobre o que devíamos ou não fazer... isso não deveria ser a gente.

  Sabe quando a gente acorda em outra época? E percebe que um Tumblr e imagens de uma vida que não é nossa não é o suficiente... que tu sente que quer isso! Que nem mil outras festas seriam o suficiente para abster essa necessidade de se sentir realmente vivo. Eu não faço ideia de como superar tudo isso, de como dizer coisas que ninguém nunca, jamais tenha sussurrados a teus ouvidos. Eu só sei que tem alguém diferente, por aí, em algum lugar... que entende essa minha necessidade compartilhada de algo a mais... algo que nem eu entendo. Algo que eu não sei lidar... afinal, eu nunca soube lidar. Eu quero o que ninguém nunca teve. Algo que não se encontra assim, do nada... que não se busca em nenhum lugar do mundo... que vem de dentro, que completa o ser... algo lindo e feio ao mesmo tempo, algo certo e errado, ou até mesmo justo... aquilo que a gente só descobre um pouco antes de morrer... o problema é nunca saber quando a morte chega.

Ao som de:
Redenção - Fresno
Runaways - The Killers
Horizontes - Gloria part. Lucas Silveira
The Light Behind Your Eyes - My Chemical Romance

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